sábado, 25 de setembro de 2010

HOMENAGEADOS COM O TROFÉU ERÊ 2010 NO DIA 26/09/2010 ÀS 15HS NO PARQUE DA LIBERDADE( CIDADE DAS CRIANÇAS) NAS FESTAS DE COSME E DAMIÃO , 1 ANO DO AFOXÉ OXUM ODOLÁ E LANÇAMENTO DO AFOXÉ OXUM MENINA....



INDICA – INSTITUTO DE DIFUSÃO DA CULTURA AFRO-BRASILEIRO

HOMENAGEADOS COM O TROFÉU ERÊ 2010 NO DIA 26/09/2010 ÀS 15HS NO PARQUE DA LIBERDADE( CIDADE DAS CRIANÇAS) NAS FESTAS DE COSME E DAMIÃO , 1 ANO DO AFOXÉ OXUM ODOLÁ E LANÇAMENTO DO AFOXÉ OXUM MENINA....

* GRANDES COLABORADORES*

DANIEL MENDES LEÃO
MARIA JANAÍNA SEVERO DA SILVA
RAIMUNDO PRAXEDES DE SOUSA
LUÍZA MARIA DE OLIVEIRA LINS
JOÃO BATISTA GOMES DA SILVA

* GRANDES PARCEIROS*

IBADÃ
COPPIR
THEATRO JOSÉ DE ALENCAR

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

FESTA DE COMEMORAÇÃO À COSME E DAMIÃO E ANIVERSÁRIO DE 1 ANO DO AFOXÉ OXUM ODOLÁ E LANÇAMENTO DO AFOXÉ OXUM MENINA PARA CRIANÇAS.


Viva Cosme e Damião!


DIA DE COSME E DAMIÃO\\ 26 de setembro, às 15h, no Parque da Liberdade (Cidade das Crianças)

Dia de cores e alegria. De doar e receber doces e brinquedos. Quem é devoto dos Santos Gêmeos já sabe: quando chega 27 de setembro é hora de distribuir guloseimas para as crianças e agradecer as bênçãos recebidas por eles.



Para celebrar a data respeitando a tradição católica que se misturou às religiões afro-brasileiras, o Afoxé Oxum Odolá decidiu organizar uma festa em reverência ao santos. Ao tempo em que faz a alegria da criançada, o Afoxé também comemora seu aniversário de um ano e também o lançamento do AFOXÉ OXUM MENINA para crianças.

A celebração será no Parque da Liberdade, também conhecido como Cidade da Criança, a partir das 15h, e contará com os batuques do Afoxé, de grupos amigos e com brincadeiras e brindes para as crianças presentes. A festa conta com o apoio da Prefeitura Municipal de Fortaleza, através da Secretaria de Cultura de Fortaleza (Secultfor) e da Secretaria de Direitos Humanos (SDH), por meio da Coordenadoria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial – Coppir.

A devoção a São Cosme e Damião, padroeiros dos médicos, farmacêuticos e das crianças, foi trazida para o Brasil pelos portugueses e misturou-se com o culto aos orixás-meninos (Ibejis ou Erês) da tradição africana iorubá. Segundo a lenda africana, os orixás-crianças são filhos de Iemanjá, a rainha das águas, e de Oxalá, o pai de toda a criação. Outras tradições atribuem a paternidade dos gêmeos a Xangô, tanto que a comida servida aos Ibejís ou Erês é a mesma oferecida a Xangô, o senhor dos raios: o caruru.

É por isso que é costume, no dia 27, as crianças saírem às ruas para pedir doces e esmolas em nome dos santos e as famílias aproveitarem para fazer um grande almoço, servindo a comida típica da data, o “caruru dos meninos”.

Serviço

Festa de São Cosme e Damião – Dia 26,às 15h, no Parque da Liberdade (Cidade das Crianças). Mais informações: (85) 8845.9423 -3223 6656.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

As muitas cores do Carnaval de Fortaleza

Quem pensa que o “mela-mela” é alguma novidade no Ceará saiba que este é um parente retardatário do antigo entrudo, abolido por ordem do nosso Intendente Guilherme Rocha, em 1905. O velho entrudo era o banho d’água aplicado traiçoeiramente a algum desavisado. Assim, a brincadeira de mau gosto, apesar de proibida, permaneceu nos arrabaldes da cidade e nos vilarejos mais distantes, migrando para o interior do Estado onde perdura até hoje.


Durante muito tempo, o Carnaval se resumia a alguns foliões vestidos dos pés à cabeça com uma batina e capuz que lhes cobria todo o rosto, deixando apenas os olhos de fora. Tais camisolões eram chamados de “dominós”. Aos animados grupos ou indivíduos que saíssem fantasiados com o dominó, dava-se o apelido de papangus.

Por volta de 1866 surgiram os bailes de máscaras que, por ordem do chefe de Polícia começavam às 19h e se estendiam até as 2h, sendo proibidas as danças ‘indecentes’. Os blocos de Carnaval, na verdade, surgiram dentro dos clubes elegantes, como o Clube Iracema e o Cearense, que na disputa da simpatia do povo resolvem botar, literalmente, seus blocos na rua. Já as batalhas de confete eram realizadas no Passeio Público, onde até o governador do Estado comparecia com seu secretariado.

Também não podemos deixar de lembrar o corso, uma carreata com veículos decorados com motivos carnavalescos, que percorria as principais ruas da cidade com famílias inteiras fantasiadas e a jogar lança-perfume nos populares.

Algumas pessoas marcaram época com suas fantasias criativas ou de mulher, dizendo piadas e fazendo graça, o que depois se passou a chamar de “sujos”. Os anônimos, mascarados ou não, individuais ou em blocos, fazem a alegria do Carnaval de rua até hoje e dão um colorido todo especial com suas críticas e protestos bem-humorados.

Hoje, o Carnaval de Fortaleza tem outras cores. Não mais o “Cordão das Coca-colas” ou o bloco das “Baianas”. Tampouco os corsos, os papangus e as pessoas fantasiadas nas ruas. A presença mais marcante do nosso Carnaval é a dos maracatus cearense que, na maioria, se organizam para esse ciclo. O primeiro maracatu cearense é descrito por Gustavo Barroso: um bloco com características funestas, tanto pelas vestimentas e caras pintadas de preto quanto pelo ritmo lúgubre e dolente, num desfile de 1898. Mas prefiro a versão corrente entre os carnavalescos, que afirmam ter sido o “Ás de Ouro” o primeiro, criado por Raimundo Alves Feitosa, em 1936.

Os maracatus têm um dia oficial para desfilar na Av. Domingos Olímpio, num evento promovido pela Secretaria de Cultura de Fortaleza, em parceria com a Federação das Agremiações Carnavalescas. As outras manifestações, com exceção dos sujos, que também desfilam, são inspiradas em brincadeiras de outros estados. Mas o Carnaval de Fortaleza tem crescido em força e beleza, ganhando ruas, praias, praças e lugares simbólicos, seja pela mão dos brincantes, que resistem, seja da iniciativa municipal, que ano a ano investe mais na realização da festa, apoiando a manutenção de grupos e estimulando o surgimento de outros, como o dos afoxés. Atualmente, três desfilam na folia momina: Afoxé Acabaca, Filhos de Oyá e Oxum Odolá.

Wagner Pereira da Silva - Coord. do Fórum Cearense de Cultura Tradicional Popular e coordenador de Cultura Tradicional Popular da Secretaria de Cultura de Fortaleza

(Artigo do Jornal O Povo dia 24/08/2010 – Opinião )

quarta-feira, 14 de julho de 2010

INFORMATIVO TJA 24HS COM AFOXE OXUM ODOLÁ E SHOW DA ADRIANA DE MARIA

Sem perder o ritmo, o projeto continua às 4 horas, quando Adriana de Maria irá mostrar o show, Moça Para Moças, seguido do Afoxé Oxum Odolá (5 horas). Jornal O Povo - Vida e Arte



DOMINGO,18 DE JULHO

4h da manhã no jardim

INSTITUTO DE DIFUSÃO DA CULTURA AFRO BRASILEIRA
Indica apresenta o Show Moça para Moças


Uma homenagem às Pombas Giras - Moças Bonitas mostrando toda beleza e magia das mulheres nas religiões de matriz africana. Com a cantora Adriana de Maria e os músicos: Gabriel Nunes (violão) e Frabrízio Frota( percussões).

5h da manhã no jardim

Alvorada
Afoxé Oxum Odolá



CONTAMOS COM SUA PRESENÇA! FOLDER EM ANEXO...
ENTRADA FRANCA

quarta-feira, 16 de junho de 2010

ODOYÁ, YEMANJÁ....No fundo do Mar tem areia....



"No fundo do Mar tem areia....
Areia no fundo do mar....
Em cima do Mar tem as ondas...
As Ondas que vão me levar....
O Mar enfeitado de flores
Só pra ver a Sereia cantar...
Yemanjá....
Yemanjá..."

"Janáina é uma princesa real
É encantada lá em alto Mar
Sereia o linda sereia...
é encantada lá em alto mar"..

" Tava na beira da praia
pra ver o balanço do mar
Eu vi um retrato na areia
quando eu vi a sereia
comecei a cantar
ô Janaína o Janaína
vem ca ..
recebei estas flores para te ofertar"..


Que luz é essa
que vem lá do mar?
É a Senhora das Candeias
Mãe dos Orixás

Seu Adê resplandece
na lua cheia
Glória ê ê glória
Glória Mamãe sereia

Inaê por cima do mar prateou
por cima do mar mariô
por cima do mar incandiou

Eu pedi a mamãe que fizesse
do nosso amor uma prece de pescador
Pra que nas esquinas da vida
você seja saída pro meu amor
Mora...

Mas se a tristeza tem dia
Tua força me guia meu caminho é o mar
E que me lancem as pedras
Yemanjá faz areia pra não machucar

Inaê por cima do mar prateou
Por cima do mar mariô
por cima do mar incandiou

Eu tava sonhando acordada
Mamãe sentou do meu lado e me falou
que aquela dor que doía
ia encontrar calmaria nos braços de outro amor

Paixão me fez marinheiro
Fez do meu cais meu saveiro e me navegou
sai cantando vitória
tristeza virou história de pescador

Inaê por cima do mar prateou
por cima do mar mariô
por cima do mar incandiou
Inaê por cima do mar prateou
por cima do mar mariô
por cima do mar incandiou

Ê nijé nilé lodo
Yemanjá ô
Acota pê lê dê
Iyá orô miô


Composição: Mariene de Castro

http://www.youtube.com/watch?v=tssl1I7YoCU

sexta-feira, 21 de maio de 2010

PRECE AOS ORIXÁS




Que a irreverência e o desprendimento de Exú me animem a não encarar as
coisas da forma como elas parecem à primeira vista e sim que eu aprenda que
tudo na vida, por pior que seja, terá sempre o seu lado bom e proveitoso!
Laro Yê Exu!

Que a tenacidade de Ogum me inspire a viver com determinação, sem que eu me
intimide com pedras, espinhos e trevas. Sua espada e sua lança desobstruam
meu caminho e seu escudo me defanda.
Ogum Yê meu Pai!

Que o labor de Oxossi me estimule a conquistar sucesso e fartura às custas
de meu próprio esforço. Suas flechas caiam à minha frente, às minhas costas,
à minha direita e à minha esquerda, cercando-me para que nenhum mal me
atinja.
Okê Arô Ode!

Que as folhas de Ossanhe forneçam o bálsamo revitalizante que restaure
minhas energias, mantendo minha mente sã e corpo são.
Ewe Ossanhe.

Que Oxum me dê a serenidade para agir de forma consciente e equilibrada. Tal
como suas águas doces - que seguem desbravadoras no curso de um rio,
entrecortando pedras e se precipitando numa cachoeira, sem parar nem ter
como voltar atrás, apenas seguindo para encontrar o mar - assim seja que eu
possa lutar por um objetivo sem arrependimentos.
Ora YeYêo Oxum!

Que o arco-íris de Oxumaré transporte para o infinito minhas orações, sonhos
 anseios, e que me traga as respostas divinas, de acordo com meu
merecimento.
Arrobobo Oxumaré!

Que os raios de Yansã alumiem meu caminho e o turbilhão de seus ventos leve
para longe aqueles que de mim se aproximam com o intuito de se aproveitarem
de minhas fraquezas.
Êpa Hey Oyá!

Que as pedreiras de Xangô sejam a consolidação da Lei Divina em meu coração.
Seu machado pese sobre minha cabeça agindo na consciência e sua balança me
incuta o bom senso.
Caô! Caô Cabecilê!

Que as ondas de Yemanjá me descarreguem, levando para as profundezas do mar
sagrado as aflições do dia-a-dia, dando-me a oportunidade de sepultar
definitivamente aquilo que me causa dor e que seu seio materno me acolha e
me console.
Odoyá Yemanjá!

Que as cabaças de Obaluayê tragam não só a cura de minhas mazelas corporais,
como também ajudem meu espírito a se despojar das vicissitudes.
Atotô Obaluayê!

Que a sabedoria de Nanã me dê uma outra perspectiva de vida, mostrando que
cada nova existência que tenho, seja aqui na Terra ou em outros mundos, gera
a bagagem que me dá meios para atingir a evolução, e não uma forma de
punição sem fim como julgam os insensatos.
Saluba Nanã!

Que a vitalidade dos Ibeijis me estimule a enfrentar os dissabores como
aprendizado; que eu não perca a pureza mesmo que, ao meu redor, a tentação
me envolva. Que a inocência não signifique fraqueza, mas sim refinamento
moral!
Onibeijada!

Que a paz de Oxalá renove minhas esperanças de que, depois de erros e
acertos; tristezas e alegrias; derrotas e vitórias; chegarei ao meu objetivo
mais nobre; aos pés de Zambi maior!
Epa Babá Oxalá.


MUITA PAZ E LUZ!!!!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Como surgiu a Umbanda?

Em fins de 1908, uma família tradicional de Neves, Rio de Janeiro, foi surpreendida por uma ocorrência que tomou aspecto sobrenatural: o jovem Zélio Fernandino de Morais, que fora acometido de estranha paralisia, que os médicos não conseguiam debelar de forma alguma, certo dia ergueu-se do leito e declarou: "Amanhã estarei curado".
No dia seguinte, levantou-se normalmente e começou a andar, como se nada, antes, lhe tivesse tolhido os movimentos.
Contava apenas 17 anos e destinava-se à carreira militar da Marinha.
A medicina não soube explicar o que tinha ocorrido.
Os tios, que eram padres católicos, foram colhidos de surpresa e nada esclareceram sobre a misteriosa ocorrência.
Um amigo da família sugeriu, então, uma visita à Federação Espírita de Niterói, presidida por José de Souza, na época.
No dia 15 de novembro de 1908, o jovem Zélio foi convidado a participar de uma sessão, e o dirigente dos trabalhos determinou que ele ocupasse um lugar à mesa.

Tomado por uma força estranha e superior à sua vontade, contrariando as normas que impediam o afastamento de qualquer dos componentes da mesa, o jovem Zélio levantou-se e disse: "Aqui está faltando uma flor", e retirou-se da sala. Pouco depois, voltou trazendo uma rosa, que depositou no centro da mesa.
Essa atitude insólita causou quase um tumulto.
Restabelecida a corrente, manifestaram-se espíritos que se diziam de pretos escravos e de índios ou caboclos, em diversos médiuns.
Esses espíritos foram convidados a se retirar pelo presidente dos trabalhos, advertidos do seu estado de atraso espiritual.
Foi então que o jovem Zélio foi novamente dominado por uma força estranha, que fez com que ele falasse sem saber o que dizia. (De acordo com o depoimento do próprio Zélio à revista Seleções de Umbanda, em 1975).
Zélio ouvia apenas a própria voz perguntar o motivo que levava os dirigentes dos trabalhos a não aceitar a comunicação daqueles espíritos e por que eram considerados atrasados - se apenas pela diferença de cor ou de classe social que revelaram ter tido na ultima encarnação.
Seguiu-se um diálogo acalorado e os responsáveis pela mesa procuraram doutrinar e afastar o espírito desconhecido, que estaria incorporado em Zélio e desenvolvia uma argumentação segura.
Um dos médiuns videntes perguntou, afinal: "Por que o irmão fala nesses termos pretendendo que essa mesa aceite a manifestação de espíritos que, pelo grau de cultura que tiveram quando encarnados, são claramente atrasados? E qual é o seu nome, irmão?" Respondeu Zélio, ainda tomado pela força misteriosa: "Se julgam atrasados esses espíritos dos pretos e dos índios, devo dizer que amanhã estarei em casa desse aparelho (o médium Zélio) para dar início a um culto em que esses pretos e esses índios poderão dar sua mensagem e, assim, cumprir a missão que o plano espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados ou desencarnados.
E, se quiserem saber o meu nome , que seja este: Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque não haverá caminhos fechados para mim." "Julga o irmão que alguém irá assistir ao seu culto?", perguntou com ironia o médium vidente; ao que o Caboclo das Sete Encruzilhadas respondeu: "Cada colina de Niterói atuará como porta-voz, anunciando o culto que amanhã iniciarei".
Zélio de Morais contou que no dia seguinte, 16 de novembro, ocorreu o seguinte: "Minha família estava apavorada. Eu mesmo não sabia o que se passava comigo.


Surpreendia-me haver dialogado com aqueles austeros senhores de cabeça branca, em volta da mesa onde se praticava um trabalho para mim desconhecido.
Como poderia, aos 17 anos, organizar um culto? No entanto eu mesmo falara, sem saber o que dizia e porque dizia.
Era uma sensação estranha, uma força superior que me impelia a fazer e a dizer o que nem sequer passava pelo meu pensamento".
"E no dia seguinte, em casa de minha família, na rua Floriano Peixoto, 30, em Neves, ao se aproximar a hora marcada - 20 horas - já se reuniam os membros da Federação Espírita, seguramente para comprovar a veracidade do que fora declarado na véspera; os parentes mais chegados, amigos, vizinhos e, do lado de fora, grande número de desconhecidos".
Às 20 horas, manifestou-se o Caboclo das Sete Encruzilhadas.

Declarou que se iniciava, naquele momento, um novo culto em que os espíritos de velhos africanos, que haviam servido como escravos e que, desencarnados, não encontravam campo de ação nos remanescentes das seitas negras, já deturpadas e dirigidas quase exclusivamente para trabalhos de feitiçaria, e os índios nativos de nossa terra poderiam trabalhar em benefício dos seus irmãos encarnados, qualquer que fosse a cor, a raça, o credo e a condição social.
A prática da caridade, no sentido do amor fraterno, seria a característica desse culto, que teria por base o Evangelho de Cristo e, como mestre supremo, Jesus.

Deu, também, o nome desse movimento que se iniciava; disse primeiro allabanda (ou um dos presentes assim anotou), mas, considerando que não soava bem a sua vibratória, substituiu-o por aumbanda, ou seja, umbanda, palavra de origem sânscrita, que se pode traduzir por "Deus ao nosso lado" ou "o lado de Deus".


Muito provavelmente ficou o nome umbanda, e não aumbanda, porque alguém anotou a palavra separadamente (a umbanda).

Sobre o assunto, diz Ramatis, no livro A Missão do Espiritismo: "A palavra AUM é de alta significação espiritual, consagrada pelos mestres; BANDHÃ, em sua expressão mística iniciática, significa movimento incessante, força centrípeta emanada do Criador.

A palavra AUMBANDHÃ, pronunciada na forma de um mantra, aproxima-se melhor da sonorização OMBANDA, sendo ajustada à doutrina de Umbanda, praticada no Brasil".


Voltemos ao relato de Zélio: "A casa de trabalhos espirituais, que no momento se fundava, recebeu o nome de Nossa Senhora da Piedade, porque assim como Maria acolheu o Filho nos braços, também seriam acolhidos, como filhos, todos os que necessitassem de ajuda e de conforto".

"Ditadas as bases do culto, o caboclo passou à parte prática dos trabalhos, curando enfermos.


Antes do final da sessão, manifestou-se um preto-velho, Pai Antônio, que vinha completar as curas " .

Nos dias seguintes, verdadeira romaria se formou na casa de Zélio.

Enfermos vinham em busca de cura e ali a encontravam, em nome de Jesus. Médiuns, cujas manifestações haviam sido consideradas como loucura, deixaram sanatórios e deram provas de suas excelentes qualidades mediúnicas.

Estava criada a Umbanda no Brasil.

Em 1935 estavam fundados os sete templos idealizados pelo caboclo das Sete Encruzilhadas, coroando de êxito o que nos parece ter sido um dos movimentos, entre outros semelhantes e não registrados, mais importantes da criação da Umbanda no Brasil.

Zélio desencarnou em outubro de 1975, aos 84 anos de idade.

De seu trabalho resultou a Umbanda de hoje, que abrange cerca de 30 milhões de adeptos, segundo estimativas apresentadas no 2o Festival Mundial de Artes Negras, realizado em Lagos, na Nigéria, pelo professor René Ribeiro, da Universidade Federal de Pernambuco, que demonstrou que a Umbanda era a religião que mais crescia no Brasil.

Hino da Umbanda
 
Refletiu a luz divina
Com todo o seu esplendor
É do reino de Oxalá
A onde há paz e amor
Luz que reflete na terra
Luz que reflete no mar
Luz que veio de Aruanda
Para tudo iluminar
A Umbanda é paz e amor
Um mundo cheio de luz
É a força que nos dá vida
E a grandeza nos conduz
Avante filhos de fé
Com a nossa lei não há
Levando ao mundo inteiro a bandeira de Oxalá
Levando ao mundo inteiro a bandeira de Oxalá.

Hino da Umbanda.

Autor: J. M. Alves - 1960