sexta-feira, 21 de maio de 2010

PRECE AOS ORIXÁS




Que a irreverência e o desprendimento de Exú me animem a não encarar as
coisas da forma como elas parecem à primeira vista e sim que eu aprenda que
tudo na vida, por pior que seja, terá sempre o seu lado bom e proveitoso!
Laro Yê Exu!

Que a tenacidade de Ogum me inspire a viver com determinação, sem que eu me
intimide com pedras, espinhos e trevas. Sua espada e sua lança desobstruam
meu caminho e seu escudo me defanda.
Ogum Yê meu Pai!

Que o labor de Oxossi me estimule a conquistar sucesso e fartura às custas
de meu próprio esforço. Suas flechas caiam à minha frente, às minhas costas,
à minha direita e à minha esquerda, cercando-me para que nenhum mal me
atinja.
Okê Arô Ode!

Que as folhas de Ossanhe forneçam o bálsamo revitalizante que restaure
minhas energias, mantendo minha mente sã e corpo são.
Ewe Ossanhe.

Que Oxum me dê a serenidade para agir de forma consciente e equilibrada. Tal
como suas águas doces - que seguem desbravadoras no curso de um rio,
entrecortando pedras e se precipitando numa cachoeira, sem parar nem ter
como voltar atrás, apenas seguindo para encontrar o mar - assim seja que eu
possa lutar por um objetivo sem arrependimentos.
Ora YeYêo Oxum!

Que o arco-íris de Oxumaré transporte para o infinito minhas orações, sonhos
 anseios, e que me traga as respostas divinas, de acordo com meu
merecimento.
Arrobobo Oxumaré!

Que os raios de Yansã alumiem meu caminho e o turbilhão de seus ventos leve
para longe aqueles que de mim se aproximam com o intuito de se aproveitarem
de minhas fraquezas.
Êpa Hey Oyá!

Que as pedreiras de Xangô sejam a consolidação da Lei Divina em meu coração.
Seu machado pese sobre minha cabeça agindo na consciência e sua balança me
incuta o bom senso.
Caô! Caô Cabecilê!

Que as ondas de Yemanjá me descarreguem, levando para as profundezas do mar
sagrado as aflições do dia-a-dia, dando-me a oportunidade de sepultar
definitivamente aquilo que me causa dor e que seu seio materno me acolha e
me console.
Odoyá Yemanjá!

Que as cabaças de Obaluayê tragam não só a cura de minhas mazelas corporais,
como também ajudem meu espírito a se despojar das vicissitudes.
Atotô Obaluayê!

Que a sabedoria de Nanã me dê uma outra perspectiva de vida, mostrando que
cada nova existência que tenho, seja aqui na Terra ou em outros mundos, gera
a bagagem que me dá meios para atingir a evolução, e não uma forma de
punição sem fim como julgam os insensatos.
Saluba Nanã!

Que a vitalidade dos Ibeijis me estimule a enfrentar os dissabores como
aprendizado; que eu não perca a pureza mesmo que, ao meu redor, a tentação
me envolva. Que a inocência não signifique fraqueza, mas sim refinamento
moral!
Onibeijada!

Que a paz de Oxalá renove minhas esperanças de que, depois de erros e
acertos; tristezas e alegrias; derrotas e vitórias; chegarei ao meu objetivo
mais nobre; aos pés de Zambi maior!
Epa Babá Oxalá.


MUITA PAZ E LUZ!!!!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Como surgiu a Umbanda?

Em fins de 1908, uma família tradicional de Neves, Rio de Janeiro, foi surpreendida por uma ocorrência que tomou aspecto sobrenatural: o jovem Zélio Fernandino de Morais, que fora acometido de estranha paralisia, que os médicos não conseguiam debelar de forma alguma, certo dia ergueu-se do leito e declarou: "Amanhã estarei curado".
No dia seguinte, levantou-se normalmente e começou a andar, como se nada, antes, lhe tivesse tolhido os movimentos.
Contava apenas 17 anos e destinava-se à carreira militar da Marinha.
A medicina não soube explicar o que tinha ocorrido.
Os tios, que eram padres católicos, foram colhidos de surpresa e nada esclareceram sobre a misteriosa ocorrência.
Um amigo da família sugeriu, então, uma visita à Federação Espírita de Niterói, presidida por José de Souza, na época.
No dia 15 de novembro de 1908, o jovem Zélio foi convidado a participar de uma sessão, e o dirigente dos trabalhos determinou que ele ocupasse um lugar à mesa.

Tomado por uma força estranha e superior à sua vontade, contrariando as normas que impediam o afastamento de qualquer dos componentes da mesa, o jovem Zélio levantou-se e disse: "Aqui está faltando uma flor", e retirou-se da sala. Pouco depois, voltou trazendo uma rosa, que depositou no centro da mesa.
Essa atitude insólita causou quase um tumulto.
Restabelecida a corrente, manifestaram-se espíritos que se diziam de pretos escravos e de índios ou caboclos, em diversos médiuns.
Esses espíritos foram convidados a se retirar pelo presidente dos trabalhos, advertidos do seu estado de atraso espiritual.
Foi então que o jovem Zélio foi novamente dominado por uma força estranha, que fez com que ele falasse sem saber o que dizia. (De acordo com o depoimento do próprio Zélio à revista Seleções de Umbanda, em 1975).
Zélio ouvia apenas a própria voz perguntar o motivo que levava os dirigentes dos trabalhos a não aceitar a comunicação daqueles espíritos e por que eram considerados atrasados - se apenas pela diferença de cor ou de classe social que revelaram ter tido na ultima encarnação.
Seguiu-se um diálogo acalorado e os responsáveis pela mesa procuraram doutrinar e afastar o espírito desconhecido, que estaria incorporado em Zélio e desenvolvia uma argumentação segura.
Um dos médiuns videntes perguntou, afinal: "Por que o irmão fala nesses termos pretendendo que essa mesa aceite a manifestação de espíritos que, pelo grau de cultura que tiveram quando encarnados, são claramente atrasados? E qual é o seu nome, irmão?" Respondeu Zélio, ainda tomado pela força misteriosa: "Se julgam atrasados esses espíritos dos pretos e dos índios, devo dizer que amanhã estarei em casa desse aparelho (o médium Zélio) para dar início a um culto em que esses pretos e esses índios poderão dar sua mensagem e, assim, cumprir a missão que o plano espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados ou desencarnados.
E, se quiserem saber o meu nome , que seja este: Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque não haverá caminhos fechados para mim." "Julga o irmão que alguém irá assistir ao seu culto?", perguntou com ironia o médium vidente; ao que o Caboclo das Sete Encruzilhadas respondeu: "Cada colina de Niterói atuará como porta-voz, anunciando o culto que amanhã iniciarei".
Zélio de Morais contou que no dia seguinte, 16 de novembro, ocorreu o seguinte: "Minha família estava apavorada. Eu mesmo não sabia o que se passava comigo.


Surpreendia-me haver dialogado com aqueles austeros senhores de cabeça branca, em volta da mesa onde se praticava um trabalho para mim desconhecido.
Como poderia, aos 17 anos, organizar um culto? No entanto eu mesmo falara, sem saber o que dizia e porque dizia.
Era uma sensação estranha, uma força superior que me impelia a fazer e a dizer o que nem sequer passava pelo meu pensamento".
"E no dia seguinte, em casa de minha família, na rua Floriano Peixoto, 30, em Neves, ao se aproximar a hora marcada - 20 horas - já se reuniam os membros da Federação Espírita, seguramente para comprovar a veracidade do que fora declarado na véspera; os parentes mais chegados, amigos, vizinhos e, do lado de fora, grande número de desconhecidos".
Às 20 horas, manifestou-se o Caboclo das Sete Encruzilhadas.

Declarou que se iniciava, naquele momento, um novo culto em que os espíritos de velhos africanos, que haviam servido como escravos e que, desencarnados, não encontravam campo de ação nos remanescentes das seitas negras, já deturpadas e dirigidas quase exclusivamente para trabalhos de feitiçaria, e os índios nativos de nossa terra poderiam trabalhar em benefício dos seus irmãos encarnados, qualquer que fosse a cor, a raça, o credo e a condição social.
A prática da caridade, no sentido do amor fraterno, seria a característica desse culto, que teria por base o Evangelho de Cristo e, como mestre supremo, Jesus.

Deu, também, o nome desse movimento que se iniciava; disse primeiro allabanda (ou um dos presentes assim anotou), mas, considerando que não soava bem a sua vibratória, substituiu-o por aumbanda, ou seja, umbanda, palavra de origem sânscrita, que se pode traduzir por "Deus ao nosso lado" ou "o lado de Deus".


Muito provavelmente ficou o nome umbanda, e não aumbanda, porque alguém anotou a palavra separadamente (a umbanda).

Sobre o assunto, diz Ramatis, no livro A Missão do Espiritismo: "A palavra AUM é de alta significação espiritual, consagrada pelos mestres; BANDHÃ, em sua expressão mística iniciática, significa movimento incessante, força centrípeta emanada do Criador.

A palavra AUMBANDHÃ, pronunciada na forma de um mantra, aproxima-se melhor da sonorização OMBANDA, sendo ajustada à doutrina de Umbanda, praticada no Brasil".


Voltemos ao relato de Zélio: "A casa de trabalhos espirituais, que no momento se fundava, recebeu o nome de Nossa Senhora da Piedade, porque assim como Maria acolheu o Filho nos braços, também seriam acolhidos, como filhos, todos os que necessitassem de ajuda e de conforto".

"Ditadas as bases do culto, o caboclo passou à parte prática dos trabalhos, curando enfermos.


Antes do final da sessão, manifestou-se um preto-velho, Pai Antônio, que vinha completar as curas " .

Nos dias seguintes, verdadeira romaria se formou na casa de Zélio.

Enfermos vinham em busca de cura e ali a encontravam, em nome de Jesus. Médiuns, cujas manifestações haviam sido consideradas como loucura, deixaram sanatórios e deram provas de suas excelentes qualidades mediúnicas.

Estava criada a Umbanda no Brasil.

Em 1935 estavam fundados os sete templos idealizados pelo caboclo das Sete Encruzilhadas, coroando de êxito o que nos parece ter sido um dos movimentos, entre outros semelhantes e não registrados, mais importantes da criação da Umbanda no Brasil.

Zélio desencarnou em outubro de 1975, aos 84 anos de idade.

De seu trabalho resultou a Umbanda de hoje, que abrange cerca de 30 milhões de adeptos, segundo estimativas apresentadas no 2o Festival Mundial de Artes Negras, realizado em Lagos, na Nigéria, pelo professor René Ribeiro, da Universidade Federal de Pernambuco, que demonstrou que a Umbanda era a religião que mais crescia no Brasil.

Hino da Umbanda
 
Refletiu a luz divina
Com todo o seu esplendor
É do reino de Oxalá
A onde há paz e amor
Luz que reflete na terra
Luz que reflete no mar
Luz que veio de Aruanda
Para tudo iluminar
A Umbanda é paz e amor
Um mundo cheio de luz
É a força que nos dá vida
E a grandeza nos conduz
Avante filhos de fé
Com a nossa lei não há
Levando ao mundo inteiro a bandeira de Oxalá
Levando ao mundo inteiro a bandeira de Oxalá.

Hino da Umbanda.

Autor: J. M. Alves - 1960

sexta-feira, 14 de maio de 2010

**INDICA** INSTITUTO DE DIFUSÃO DA CULTURA AFRO -BRASILEIRA

DENTRE UMA DAS AÇÕES DO INDICA ESTÁ: O AFOXÉ OXUM ODOLÁ E O ILÊ AXÉ OXUM ODOLÁ.

Como forma de celebrar a cultura negra, o Instituto de Difusão da Cultura Afrobrasileira (Indica), por meio do seu diretor de eventos, Raimundo Praxedes, decidiu fundar um afoxé, ideia abençoada pelo Pai de Santo Wagner de Oxum, ou Oxum Lodê, presidente do Indica, que batizou o grupo de Oxum Odolá, em reverência à sua mãe Oxum.

AFOXÉ
Muitas foram as manifestações da cultura popular deixadas no Brasil pelo povo africano .Uma delas foi a musica e a dança manifestada em diversas oportunidades e ocasiões como nos cortejos, nos folguedos e no carnaval. O Afoxé é um cortejo carnavaleso acompanhado por instumentos de percussão como o "AGBÊ" ( cabaça coberta por uma rede de cotas ) "ATABAQUES" (de três tipos) e o "AGOGO" (uma espécie de chocalho duplo) e com melodias oriundas dos terreiros afro-brasileiros, puxadas em solo e respondidas por todos os brincantes.O Afoxé ressurgiu em Pernambuco, nos anos 70, como forma de se fazer chegar á maioria da população, o debate sobre consciência negra . Como forma de dar visibilidade as suas ações,o Instituto de Difusão da Cultura Afro-Brasileira (INDICA) criou o AFOXÈ OXUM ODOLÀ,que tem seus ensaios no Parque da Liberdade,aos domingos de 15:00 as 18:00 horas,abertos a Comunidade.

E-MAIL:indicafortaleza@gmail.com
contatos: (85) 8845.9423

AFOXÉ OXUM ODOLÁ














O Afoxé Oxum Odolá foi fundado em 2009 pelo Instituto de Difusão da Cultura Afrobrasileira (Indica), como forma de celebrar a cultura e a religiosidade negras e reverenciar a orixá Oxum, mãe das águas doces e da música, orixá da beleza, do amor, do ouro e dos rios. O grupo ensaia todos os domingos, das 15h às 18h, no Parque da Liberdade (Parque das Crianças). O Domingo da Liberdade, como o encontro foi batizado, é aberto à comunidade, que tem a oportunidade de aprender a tocar e dançar os ritmos do afoxé.

AFOXÉ OXUM ODOLÁ : Campeão Carnaval 2010 - Categoria Afoxés Orayêyê, Oxum! Queremos agradecer Para você que fez parte desta história, o coração bateu mais forte!Parabéns a todos que fizeram parte desta conquista.
Obrigado por sua participação e carinho ao Afoxé OxumOdolá..

O lançamento oficial do Afoxé Oxum Odolá foi no dia 27 de setembro de 2009, dia dos Santos irmãos gêmeos Cosme e Damião, a partir das 12h, no próprio Parque da Liberdade.
O Domingo da Liberdade, como o encontro é chamado, é aberto à comunidade, que tem a oportunidade de aprender a tocar e dançar os ritmos do afoxé.Oxum Odolá Orayêyê, Oxum! Oxum Odolá é o blog do afoxé homônimo, visando a divulgar as ações do bloco, e um ambiente virtual de reverência à Mamãe Oxum, bem como de difusão da arte, cultura e religiosidade afrodescendente.


É só chegar que o coração de Oxum é grande... e tem espaço para quem quiser dançar, cantar, tocar um instrumento e conhecer melhor o toque Ijexá.

O orkut de uma das ações do INDICA: AFOXÉ OXUM ODOLÁ-
COMUNIDADE NO ORKUT: AFOXÉ OXUM ODOLÁhttp://www.orkut.com.br/Main#Community?rl=cpp&cmm=98127153

O ensaio aberto do Afoxé Oxum Odolá acontece todos os domingos as 15 hs no Parque das Crianças. É só chegar que o coração de Oxum é grande... e tem espaço para quem quiser dançar, cantar, tocar os instrumentos( agogô, tantan, abês e atabaques) e conhecer melhor o toque Ijexá. No ensaio você terá a oportunidade de dançar, cantar e aprender a tocar os instrumentos dessa manifestação cultural afrodescendente.

"Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender e, se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar." Nelson Mandela
Orayêyê, Oxum! Oxum Odolá..lá vem, lá vem Oxum Odolá...
“Oxum Odolá..Orayêyê
Oxum Odolá..Orayêyê
Se quer vida boa Oxum te abençôa
Se quer vida boa Oxum te abençôa lá vem, lá vem
Oxum Odolá... la vem la vem
Vem trazendo alegria Vem trazendo axé
Ela é o que é Na força do afoxé”...

MUITA PAZ, LUZ, FORÇA, FÉ E ESPIRITUALIDADE..QUE A LUZ DE MAMÃE OXUM ILUMINE A TODOS COM MUITA PAZ , SAÚDE , LUZ E AMOR..
CONTAMOS COM SUA PRESENÇA...
INFORMAÇÕES DOS ENSAIOS E APRESENTAÇÕES DO AFOXÉ OXUM ODOLÁE-MAIL:

FONE: 8845 9423-8726 9655- 9973 5760

SALVE OS PRETOS VELHOS !!!!

SALVE OS PRETOS VELHOS !!!
DIA 13 DE MAIO COMEMORAÇÃO DA LIBERTAÇÃO DOS ESCRAVOS...
SALVE OS PRETOS VELHOS!!! SALVE!!!
ADOREI AS ALMAS!!!!
" COM LICENÇA DE ZAMBI..EU VOU ABRIR MINHA URUCAIA...NA FÉ DOS PRETOS VELHOS ...EU VOU ABRIR MINHA URUCAIA...""

"PRETO VELHO PISA NO TOCO
FAZ O SINAL DA CRUZ.
PEDE PROTEÇÃO A ZAMBI PARA OS FILHOS DE JESUS.
CADACONTA DO SEU ROSARIO
É UM FILHO QUE NELE ESTA
SE NAO FOSSE OS PRETOS VELHOS
EU NAO SABIA CAMINHAR."
Pretos e Pretas Velhas. Adorei as almas!!! "... Navio negreiro no fundo do mar Correntes pesadas na areia arrastavamA negra escrava se pôs a rezar, A negra escrava se pôs a rezar, Saravá minha Mãe Yemanjá..." A magia Africana, os cultos de nação do Candomblé que trouxe a devoção aos Orixás em território brasileiro, teve como veículo os negros escravos de tempos antigos, nossos ancestrais que não mais estão entre nós como encarnados, mas encontraram na Umbanda um caminho para continuarem suas missões como entidades que muita sabedoria nos tem a oferecer. Assim com estas palavras os Umbandistas recebem os Pretos Velhos, Vovôs e Vovós como carinhosamente são chamadas estas entidades africanas responsáveis por agregar algumas das práticas candomblecistas a nossa homogênia religião de Umbanda.Com certeza, todo o carisma da Umbanda devemos a estas entidades, verdadeiros símbolos de nossa religião, uma das giras mais populares. Os pretos velhos cativam pela humildade, pela paciência e pelo amor de um avô para com os filhos de Umbanda que encontram nestes espíritos evoluídos o bálsamo necessário para continuarem em sua luta; a luta contra o preconceito, um preconceito que eles conheceram muito bem, que existe até hoje, infelizmente. Para se aproveitar dos ensinamentos de um Preto Velho basta sentar-se diante dele, sem necessidade de nada nas mãos, mas com o coração aberto e com a consciência de que na sua frente se encontra um mestre entre dois mundos. Sábio pela vivência e pela vida pós terra. Mas, se ainda assim quiser agradá-lo um copo de garapa ou café preto são suas bebidas preferidas. Às vezes acompanhada de um marafo, que outrora foi seu único consolo nas infinitas noites em que tentavam dormir ouvindo os gritos de seus familiares que enfrentavam os troncos e chicotes incansáveis. Para comer, um bolo de fubá, um torresmo ou uma feijoada, se acaso for dia de festa. Arruda, guiné, manjericão, folhas para suas mirongas poderosíssimas.Um cachimbo, um chapéu de palha, uma roupa branca, um terço de rosário, dois pés no chão, 1.000 anos de experiência. 1.000 outras almas salvas por eles. Os Pretos-velhos são espíritos que se apresentam em corpo fluídico de velhos africanos que viveram nas senzalas, majoritariamente como escravos que morreram no tronco ou de velhice, e que adoram contar as histórias do tempo do cativeiro. Sábios, ternos e pacientes, dão o amor, a fé e a esperança aos "seus filhos". São entidades desencarnadas que tiveram pela sua idade avançada, o poder e o segredo de viver longamente através da sua sabedoria, apesar da rudeza do cativeiro demonstram fé para suportar as amarguras da vida, consequentemente são espíritos guias de elevada sabedoria geralmente ligados à Confraria da Estrela Azulada dentro da Doutrina Umbandista do Tríplice Caminho (AUMBANDHAM - alegria e pureza + fortaleza e atividade + sabedoria e humildade), trazendo esperança e quietude aos anseios da consulência que os procuram para amenizar suas dores, ligados a vibração de Omolu, são mandingueiros poderosos, com seu olhar prescrutador sentado em seu banquinho, fumando seu cachimbo, benzendo com seu ramo de arruda,rezando com seu terço e aspergindo sua água fluidificada, demandam contra o baixo astral e suas baforadas são para limpeza e harmonização das vibrações de seus médiuns e de consulentes. Muitas vezes se utilizam de outros benzimentos, como os utilizados pelo Pai José de Angola, que se utiliza de um preparado de "guiné" (pedaços de caule em infusão com cachaça) que coloca nas mãos dos consulentes e solicita que os mesmos passem na testa e nuca, enquanto fazem os seus pedidos mentalmente; utiliza-se também de vinho moscatel, com o que constantemente brinda com seus "filhos" em nome da vitória que está por vir. São os Mestres da sabedoria e da humildade. Através de suas várias experiências, em inúmeras vidas, entenderam que somente o Amor constrói e une a todos, que a matéria nos permite existir e vivenciar fatos e sensações, mas que a mesma não existe por si só, nós é que a criamos para estas experiências, e que a realidade é o espírito. Com humildade, apesar de imensa sabedoria, nos auxiliam nesta busca, com conselhos e vibrações de amor incondicional. Também são Mestres dos elementos da natureza, a qual utilizam em seus benzimentos. Os Pretos Velhos: Os espíritos da humildade, sabedoria e paciência.Os Pretos Velhos são entidades cultuadas pelas religiões afro-brasileiras, em especial a Umbanda

Preto Velho tá cansado , de tanto trabalharPreto Velho tá cansado , de tanto curimbar "bis"Canta ponto , risca Pemba , é longa a caminhadaQuem tem fé , tem tudo , quem não tem fé não tem nada "bis"

LIBERDADE RELIGIOSA À TODOS!!

"Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender e, se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar." Nelson Mandela
LIBERDADE RELIGIOSA À TODOS!!

ORIXÁS POR WALDEN LUIZ ACRÍLICO SOBRE TELA ACERVO DOADO EXCLUSIVAMENTE PARA O INSTITUTO INDICA

ORIXÁS POR WALDEN LUIZ ACRÍLICO SOBRE TELA ACERVO DOADO EXCLUSIVAMENTE PARA O INSTITUTO INDICA...BREVE EXPOSIÇÃO DE QUADROS E PRATOS DOS ORIXÁS...

CURSO DE PERCUSSÃO

CURSO DE PERCUSSÃO
O Instituto INDICA promoveu nos dias 30 de julho e 02 de agosto um curso de percussão com o Mestre Codó de Recife, aberto ao público , no Parque da liberdade Escrito por indica às 22h41

EXÚ...LAROIÉ!!!

Esù
Aspectos Gerais:
DIA: Segunda-feira. DATA: Todos os dias são de Exu. METAL: Não tem, sua matéria é a terra em seu estado de pureza. CORES: Preto (ou seja, a fusão das cores primárias) e vermelho. COMIDAS: Farofa de azeite-de-dendê, ekó (acaçá), carne mal passada. SÍMBOLOS: Ogó de forma fálica, falo ereto. ELEMENTOS: Terra e fogo. REGIÃO DA ÁFRICA: Exu é universal. PEDRAS Rubi e Granada. FOLHAS Folha de fogo, coração-de-negro,aroeira vermelha, figueira brava, bredo, urtiga. ODU QUE REGE Okaran e Owarín. DOMÍNIOS Sexo, magia, união, poder e transformação. SAUDAÇÃO Laroié! Origem e História
Exu (Èsù) é a figura mais controvertida do panteão africano, o mais humano dos orixás, senhor do princípio e da transformação. Deus da terra e do universo; na verdade, Exu é a ordem, aquele que se multiplica e se transforma na unidade elementar da existência humana. Exu é o ego de cada ser, o grande companheiro do homem no seu dia-a-dia. Muitas são as confusões e equívocos relacionados a Exu, o pior deles o associa à figura do diabo cristão; pintam-no como um deus voltado para a maldade, para perversidade, que se ocuparia em semear a discórdia entre os seres humanos. Na realidade, Exu contém em si todas as contradições e conflitos inerentes ao ser humano. Exu não é totalmente bom nem totalmente mau, assim como o homem: um ser capaz de amar e odiar, unir e separar, promover a paz e a guerra. O maniqueísmo, próprio das grandes religiões monoteístas, não se aplica ao Candomblé, muito menos a Exu. A cultura africana desconhece oposições, em especial a oposição entre bem e mal; sabe-se aqui que o bem de um pode perfeitamente ser o mal de outro, portanto, cada um deve dar o melhor de si para obter tudo de bom em sua vida, sempre cultuando, agradando e agradecendo a Exu, para que ele seja, no seu cotidiano, a manifestação do amor, da sorte, da riqueza e da prosperidade. Exu é o orixá que entende como ninguém o princípio da reciprocidade, e, se agradado como se deve, saberá retribuir; quando agradecido por sua retribuição, torna-se amigo e fiel escudeiro. No entanto, quando esquecido é o pior dos inimigos e volta-se contra o negligente, tirando-lhe a sorte, fechando-lhe os caminhos e trazendo catástrofes e dissabores. Exu é a figura mais importante da cultura iorubá. Sem ele o mundo não faria sentido, pois só através de Exu é que se chega aos demais orixás e ao Deus Supremo Olodumaré. Exu fala toda as línguas e permite a comunicação entre o orum e o aiê, entre os orixás e os homens. Exu é o dono do mercado, o seu guardião, por isso todo comerciante e aqueles que lidam com venda devem agradar a Exu. As vendedoras de acarajé, por exemplo, sempre oferecem o primeiro bolinho a Exu, atirando-o a rua, não só para vender bem, mas também par afastar as perturbações, evitar assaltos etc., ou seja, pra que Exu seja de fato um guardião e proteja o seu negócio. É evidente que Exu não precisa pagar no mercado, porque lá recebe muitas oferendas; nenhum comerciante deixa de agradar a Exu, A não ser os que desejam conhecer o seu lado perverso. É importante ressaltar que Exu não tem amigos nem inimigos. Exu sempre protege aqueles que o agradam e sabem retribuir os seus favores. Exu foi à primeira forma dotada de existência individual. Não se sabe ao certo sua região de origem na África, pois em todos os reinos se presta culto a Exu. Sabe-se, no entanto, que chegou a ser rei de Kêtu. Exu renasceu várias vezes e a sua história revela que é filho de Orunmilá ou de Oxum, dependendo do momento em que renasce. Notas bibliográficasCandomblé. A panela do segredo - Pai Cido de Osun Eyin - 2000
Características dos filhos de Exu
Os filhos de Exu são alegres, sorridentes, estão sempre de bem com a vida, são ambiciosos, extrovertidos, espertos, inteligentes, atentos. Sabem como ninguém ser sociáveis e diplomáticos, pois conhecem o valor de uma boa amizade, fazem questão de manter o maior número possível de amigos. Rapidamente, os filhos de Exu tornam-se pessoas populares, amadas por uns, odiadas por outros. Extremamente dinâmicos, os filhos desse orixá não se desanimam nunca, mantêm sempre a certeza de que as coisas, mais cedo ou mais tarde, acabam mudando a seu favor. Pessoas com impressionante facilidade de comunicação, boa lábia, com charme conseguem tudo o que querem. Irônicas e perigosas, costumam manter uma vida sexual bastante agitada, sem pudores. São pessoas extremamente rápidas, que não pensam: fazem. Os filhos de Exu possuem facilidade impressionante para entrar e sair de confusões, são do tipo que arma a bagunça, sai ileso e ainda se diverte com as conseqüências. Esquecem fácil as ofensas, não guardam rancor, mas não perdem a oportunidade de se vingar. Gostam da rua, das festas e das conversa intermináveis, comportamento próprio de um orixá que é só alegria. Notas bibliográficasCandomblé. A panela do segredo - Pai Cido de Osun Eyin - 2000

LOGUNEDÉ...LOGUN Ô AKOFÁ!!

Logùn Odè
Aspectos Gerais
DIA: Quinta-feira DATA: 19 de abril METAIS: Ouro e bronze CORES: Azul-turquesa e Amarelo-ouro COMIDAS: Axoxó e Omolocum SÍMBOLOS: Balança, ofá, abebè e cavalo-marinho ELEMENTOS: Terra (floresta) e água (de rios e cachoeiras) REGIÃO DA ÁFRICA: Ilesá PEDRAS: Topázio e Turquesa FOLHAS: Oripepê e todas as folhas de Oxóssi e Oxum ODU QUE REGE: Obará DOMÍNIOS: Riqueza, fartura e beleza SAUDAÇÃO: Logun ô akofá!!!
Origem e História
Logun Edé (lógunèdè) é o orixá da riqueza e da fartura, filho de Oxum e Oxóssi, deus da guerra e da água. É, sem dúvida, um dos mais bonitos orixás do Candomblé, já que a beleza é uma das principais características dos seus pais.Caçador habilidoso e príncipe soberbo, Logun Edé reúne os domínios de Oxóssi e Oxum e quase tudo que se sabe a seu respeito gira em torno de sua paternidade.Apesar de sua história, é preciso esclarecer que Logun Edé não muda de sexo a cada seis meses, ele é um orixá do sexo masculino. Sua dualidade se dá em nível comportamental, já que em determinadas ocasiões pode ser doce e benevolente como Oxum e em outras, sério e solitário como Oxóssi. Logun Edé é um orixá de contradições; nele os opostos se alternam, é o deus da surpresa e do inesperado.Na Nigéria, a cidade de Logun Edé chama-se Ilesa e é uma das mais ricas e prósperas da África, mas o seu culto na região está em via de extinção. Para recuperar um pouco de sua história é preciso voltar à sua cidade, onde encontram-se seu palácio e seus principais sacerdotes.Na África negra, dizem que Logun Edé seria na verdade Ólòlún Ode - o guerreiro caçador-, o maior entre todos os caçadores, pai de todos eles, inclusive de Oxóssi. E se observar-mos a cantiga de Oxóssi, veremos que expressão Omo ode, ou seja, filho do caçador, é constante, podendo inferir certa lógica nas histórias contadas pelos africanos. Vejamos um exemplo: Omo Ode l’oní, omo Ode lúwàiyéOmo Ode l’oní, omo Ode lúwàiyé. O filho do caçador é o senhor,O filho o caçador é o senhor da Terra. Todavia, não podemos desconsiderar o processo cultural que deu origem ao Candomblé e as diferenças fundamentais que existem entre os cultos aos orixás no Brasil e na África. O Candomblé é um ‘resumo de toda a África mística’. Muitos deuses que na África mantinham a sua autonomia, no Brasil foram reunidos em um único orixá e divididos em diversas qualidades.Oxum Yéyé Ipondá e Odé Erinlé são, respectivamente, as qualidades de Oxum e Oxóssi que se consideram os pais de Logun Edé. Nós brasileiros sabemos cultuar orixá muito bem, já adquirimos tradição própria que difere, evidentemente, da africana. No Candomblé brasileiro, Oxóssi e Oxum são os pais de Logun Edé, um deus único que encontra em sua paternidade uma forma de existir e residir, pois seu culto se mantém até hoje e é cada vez mais crescente no Brasil. Depois há quem diga na África que Logun Edé é, na verdade, uma altiva versão masculina da própria Oxum:Lógunèdé? Òsun ni! Logun Edé? Ele é Oxum! Uma bela cantiga fala do pai de Logun Edé, de sua força como caçador do respeito que inspira: Silêncio!Permaneçam em silêncio,Ele é o caçador.Senhor orixá afogue-me, não me fira,Afogue-me com o entendimento do culto,Orixá caçador das florestas.Aquele que só usa uma flechaE que jamais erra.Somos filhos de Erinlé,Somos filhos daquele que mata a caça.Caçado das florestasQue foi o primeiro a obter riquezas,O primeiro a tornar-se rico,Pai, caçador das florestas,Seu arco e sua flechaOriginam-se da mais alta tradição. A história revela que Oxóssi, feliz pelo filho vindouro, declarou a Oxum o seu amor e pediu a ela posse do menino:-Oxum, por amor a você, quero que Logun Edé fique comigo, vou ensiná-lo a caçar. Comigo ele aprenderá os segredo da floresta.Mas Oxum também amava Logun Edé e por maior que fosse seu amor por Oxóssi ela não poderia separar-se de seu filho então declarou:-Logun Edé viverá seis meses com sua mãe e seis meses com o seu pai, comerá do peixe e da caça. Ele será Oxóssi e será Oxum, mas sem deixar de ser ele mesmo, Logun Edé: uma princesa na floresta e um caçador sobre as ondas! Notas bibliográficasCandomblé. A panela do segredo - Pai Cido de Osun Eyin - 2000 Características dos filhos de Logun Edé
Os filhos de Logun Edé possuem as características de Oxum, ou seja, narcisismo, vaidade, gosto pelo luxo, sensualidade, beleza, charme, elegância.Tem também características em comum com Oxóssi, ou seja, beleza, vaidade, cautela, objetividade e segurança.No entanto, há características de Logun Edé que não pertencem nem a Oxum nem a Oxóssi. Na verdade, ele reúne o arquétipo de ambos , mas de forma superficial. A superficialidade é a marca dos filhos de Logun Edé, porque eles, ao contrário dos filhos de Oxóssi e de Oxum não têm certeza do que são nem do que querem. As qualidades de Oxum e de Oxóssi se amenizam em Logun Edé, mas,em compensação, os defeitos se exacerbam. Dessa forma, os filhos de Logun Edé são extremamente soberbos arrogantes e prepotentes.Mas algo não se pode negar: os filhos de Logun Edé são bonitos e possuem olho de gato, algo que atrai e repele ao mesmo tempo. São do tipo ‘bonitinho mas ordinário’. São mandões, os donos da verdade, os mais belos, cujo ego não cabe em si. Melhor não lhes fazer elogios em sua presença, a não ser que queira ver sua imensa cauda de pavão abrindo-se em leque.Quando têm consciência de que conseguem controlar seus defeitos, os filhos de Logun Edé tornam-se pessoas muito agradáveis.Os filhos de Logun Odé não andam! Pairão sobre o ar! Notas bibliográficasCandomblé. A panela do segredo - Pai Cido de Osun Eyin - 2000

OXUMARÉ.. A RUN BOBOÍ!!!

ÒXUMARÉ
Aspectos Gerais
DIA: Terça-feira DATA: 24 de Agosto METAL: Ouro e prata mesclados CORES: Amarelo e verde (ou preto) e todas as cores do arco-íris COMIDAS: Ovos cozidos com azeite-de-dendê, farinha de milho e camarão seco. SÍMBOLOS: Ebiri, serpente, círculo, bradjá. ELEMENTOS: Céu e terra REGIÃO DA ÁFRICA: Mahi (no ex-Daomé) PEDRA: Zirconita FOLHAS: Folha de café, alfavaca-de-cobra, jibóia, oriri. ODU QUE REGE: Obeogundá e Iká DOMÍNIOS: Riqueza, vida longa, ciclos, movimentos constantes. SAUDAÇÃO: A Run Boboi!!! Origem e história
Oxumaré (Òsùmàrè) é o orixá de todos os movimentos, de todos os ciclos. Se um dia Oxumaré perder suas forças o mundo acabará, porque o universo é dinâmico e a Terra também se encontra em constante movimento. Imaginem só o planeta Terra sem os movimentos de translação e rotação; imaginem uma estação do ano permanente, uma noite permanente, um dia permanente. É preciso que a Terra não deixe de se movimentar, que após o dia venha a noite, que as estações do não se alterem, que o vapor das águas suba aos céus e caia novamente sobre a Terra em forma de chuva. Oxumaré não pode ser esquecido, pois o fim dos ciclos é o fim do mundo. Oxumarê mora no céu e vem a Terra nos visitar através do arco-íris. Ele é uma grande cobra que envolve a Terra e o céu e assegura a unidade e a renovação do universo. Filho de Nanã Buruku, Oxumaré é originário de Mahi, no antigo Daomé, onde é conhecido como Dan. Na região de Ifé é chamado de Ajé Sàlugá, aquele que proporciona a riqueza aos homens. Teria sido um dos companheiros de Odudua por ocasião de sua chegada a Ifé. Dizem que Oxumaré seria homem e mulher, mas, na verdade, este é mais um ciclo que ele representa: o ciclo da vida, pois da junção entre masculino e feminino é que a vida se perpetua. Oxumaré é um Orixá masculino. Oxumaré é um deus ambíguo, duplo, que pertence à água e a terra, que é macho e fêmea. Ele exprime a união de opostos, que se atraem e proporcionam a manutenção do universo e da vida. Sintetiza a duplicidade de todo o ser: mortal (no corpo) e imortal (no espírito). Oxumaré mostra a necessidade do movimento da transformação. Omolu é o irmão mais velho de Oxumaré, mas foi abandonado por sua mãe por ter nascido com o corpo coberto de chagas. Em tempo, não se pode condenar Nanã por esse ato, já que era um costume, quase uma obrigação ritual da época, que se abandonasse às crianças nascidas com alguma deformidade. O deus do destino disse a Nanã que ela teria outro filho, belíssimo, tão bonito quanto o arco-íris, mas que jamais ficaria junto dela. Ele viveria no alto percorreria o mundo sem parar. Nasceu Oxumaré. Oxumaré que fica no céuControla a chuva que cai sobre a terra.Chega à floresta e respira como o vento.Pai venha até nós para que cresçamos e tenhamos longa vida. Notas bibliográficasCandomblé. A panela do segredo - Pai Cido de Osun Eyin - 2000
Características dos filhos de Oxumaré
São pessoas que tendem à renovação e à mudança. Periodicamente mudam tudo em sua vida (de maneira radical): mudam de casa, de amigos, de religião, de emprego; vivem rompendo com o passado e buscando novas alternativas para o futuro, para cumprir seu ciclo de vida: mutável, incerto, de substituições constantes. São magras. Como as cobras possuem olhos atentos, salientes, difíceis de encarar, mas ‘não enxergam’. São pessoas que se prendem a valores materiais e adoram ostentar suas riquezas; São orgulhosas, exibicionistas, mas também generosas e desprendidas quando se trata de ajudar alguém.Extremamente ativas e ágeis, estão sempre em movimento e ação, não podem parar. São pessoas pacientes e obstinadas na luta por seus objetivos e não medem sacrifícios para alcançá-los. A dualidade do orixá também se manifesta em seus filhos, principalmente no que se refere às guinadas que dão em suas vidas, que chegam a ser de 180 graus indo de um extremo a outro sem a menor dificuldade. Mudam de repente da água para o vinho, assim como Oxumaré, o Grande Deus do Movimento. Notas bibliográficasCandomblé. A panela do segredo - Pai Cido de Osun Eyin - 2000